CONHEÇAM O BESOURO RESPONSÁVEL PELAS CARACTERÍSTICAS DA PRÓPOLIS VERMELHA



Como uma árvore faz para se defender de predadores? Sem pernas para correr ou asas para voar, sem presas nem garras, sem nem sequer poder se movimentar um pouquinho, as plantas não têm outra saída que não seja produzir substâncias que matam ou repelem. Cada espécie vegetal é uma verdadeira usina química de óleos e resinas que as protegem de insetos à microrganismos invisíveis. São produtos tão poderosos que muitas vezes também ajudam a curar animais. Prova disso é a quantidade de plantas medicinais conhecidas e estudadas desde os primórdios da humanidade.

A rabo-de-bugio (Dalbergia ecastophyllum), uma árvore comum nos manguezais do nordeste do Brasil, é famosa por eliminar um líquido vermelho quando sofre algum ferimento no caule. O “sangue” da árvore é na verdade um exsudato (líquido com alto teor de proteínas e leucócitos), importante para cicatrizar o tecido e evitar contaminações.

O que ninguém sabia é que além da árvore e da abelha, existe um terceiro elemento determinante para a produção dessa substância: o besouro. 

O besouro se desenvolve no caule da planta: a fêmea deposita ovos nos galhos, onde a larva gera galerias e absorve os nutrientes dos quais precisa até completar seu desenvolvimento, então os adultos saem da planta através de pequenos orifícios por onde vaza a resina ou o exsudato, nome científico para líquidos orgânicos que extravasam através das membranas celulares de plantas ou animais por causa de lesões.

. O mecanismo de defesa da planta contra esse ataque externo provoca a alteração na cor e nas propriedades da resina”, explica Letizia Migliore, doutoranda do Museu de Zoologia da USP,

que acaba de descrever a espécie em artigo na revista The Science of Nature.

Abelhas-europeias/africanas (Apis mellifera) aprenderam a transformar essa resina em própolis que, por sua vez, serve para defender a colmeia de invasores. “Ela diminui a incidência de bactérias e fungos, é utilizada para embalsamar intrusos que são mortos e são muito difíceis ou impossíveis de remover, evitando assim a putrefação. Também é utilizada como material de construção e para tapar buracos na colmeia”, comenta a bióloga.

A própolis vermelha, é um remédio poderoso e conhecido há bastante tempo. Tem propriedades medicinais antibacterianas, antifúngicas, antivirais e anti-inflamatórias. Estudos in vitro mostraram que esse tipo de própolis tem maior atividade na inibição de bactérias gram-positivas e maior atividade antioxidante se comparada aos outros.

As descobertas obtidas pela pesquisa foram publicadas no periódico The meio de um Projeto Temático coordenado por Bastos e de um Bolsa de Doutorado concedida a Jennyfer Mejía, coautora do artigo.

“Esse artigo é de importância primordial, uma vez que o agente indutor da produção de própolis vermelha pela planta hospedeira foi finalmente identificado. Até então não se tinha qualquer informação sobre qual espécie de inseto poderia estar provocando esse fenômeno”, diz Casari.

A pesquisadora afirma que, com esses dados, será possível expandir os estudos sobre a produção da própolis, que apresenta efeitos importantes na economia devido ao seu alto valor comercial. Em 2019, ano em que o trabalho de campo foi feito, um quilo era vendido por US$ 150.

O artigo A new species of jewel beetle (Coleoptera, Buprestidae, Agrilus) triggers the production of the Brazilian red propolis pode ser lido em: link.springer.com/article/10.1007/s00114-022-01785-x.

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