O HISTÓRICO DAS ABELHAS



As abelhas são descendentes das vespas que deixaram de se alimentar de pequenos insetos e aranhas para consumirem o pólen das flores quando essas surgiram, há cerca de 135 milhões de anos. Se conhecem mais de 20 mil espécies, mas acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não descobertas. Algumas espécies conhecidas são, a Uruçu Baiana, a Mirim-Guaçu, a Mirim-preguiça, a Mandaçaia, a Jadaíra, a Iratim (ou Limão), a Mamangava, a Tubuna, a Uruçu Nordestina, a Uruçu Cinzenta ( ou Tiúba), a Uruçu Amarela, Jataí, Iraí, a Apis Melífera, entre outras. 

Somente 2% das espécies de abelhas são sociais e produzem mel. Entre as espécies produtoras de mel, as do gênero Apis são as mais conhecidas e difundidas. Com o modelo de vida de socialização, elas vivem em colônias com cerca de 70.000 operárias, uma rainha e aproximadamente 400 zangões. são animais terrestres, fazem suas colmeias em troncos ocos, fendas de rochedos, pequenas cavernas e caixas construídas por apicultores. 

O que é a apicultura? 

Basicamente a criação racional de abelhas do gênero Apis. Em 1851, o reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medida entre esses dois espaços Langstroth chamou de "espaço abelha" que é o menos espaço livre existente no interior da colmeia e por onde podem passar duas abelhas ao mesmo tempo. Essa descoberta simples foi uma das chaves para o desenvolvimento da apicultura racional. 

A introdução da Apis melífera no Brasil ocorreu em 1845, quando imigrantes alemães introduziram no Sul do País as abelhas desse gênero trazidas da Europa. Entre os anos de 1870 e 1880, as abelhas italianas, do gênero Apis também foram introduzidas no Sul e na Bahia. 

Exitem 3 tipos de abelhas apis melíferas, a Apis melífera carnica, onde sua origem são os alpes austríacos e a yugoslávia, foram introduzidas no Brasil provavelmente em 1845 e se caracterizaram por apresentar pêlos cinzas claro, são mansas, produtivas e exameia pouco; a Apis melífera caucásica, procedentes do cáucaso central da União Soviética, se caracterizam por apresentar pêlos cinza mais claro que os das carnicas, comparadas com as demais raças citadas anteriormente, não foi muito difundida no Brasil; e a Apis melífera scutelata, que é originária do continente africano, sul do deserto do Saara até ao norte do deserto de Calahari e Caroo. Sua introdução no Brasil foi feita em 1956 para fins científicos. A disseminação dessas abelhas foi rápida pelos apiários e pastagens apícolas do Brasil, com predominância sobre as raças de abelhas existentes. Atualmente devido aos constantes cruzamentos que foram submetidas não se encontram mais linhagens puras dessa raça no Brasil.

A africanização do enxames no Brasil.

Visando realizar pesquisas comparando a produtividade, rusticidade e agressividade entre as abelhas européias, africanas e seus híbridos e, após os resultados conclusivos, recomendar a abelha mais apropriada às nossas condições, em 1956 o professor Warwick Estevan Kerr dirigiu-se à África, com apoio do Ministério da Agricultura, com a incumbência de selecionar rainhas de colmeias africanas produtivas e resistentes a doenças. Dessa forma, em 1957, 49 rainhas foram levadas ao apiário experimental de Rio Claro - SP para serem testadas e comparadas com as abelhas italianas e pretas, entretanto, nada se concluiu desse experimento, pois, em virtude de um acidente, 26 das colmeias africanas enxamearam 45 dias após a introdução.